domingo, 22 de junho de 2008

COMO SENTIR E VER A CRIANÇA

A criança é um ser adulto em potencial. Nela estão segredados os significados que se revelarão no futuro do seu existir. Nesse futuro, ela tanto poderá ocupar um lugar comum na sociedade em que foi criada, como ser expressão fundamental na obtenção de melhores rumos para a vida humana.

Para mim, o maior poder da criança, como criança, está na sua inocência e fragilidade que solicita cuidados, e na confiança com que ela se entrega aos braços dos pais, mais particularmente aos da mãe.

A criança é modelo de vida para nós porque a mente dela virgem está aberta para ver o mundo sem barreiras, valores e regras que lhe tolheria a expressão.

Nada sabe ou sabe mais do que os que pensam que sabem, porque com os seus olhos ela consegue ver a verdade real como ela é e não como os adultos pintam.

Foi por essa razão que Jesus fez da criança o ponto referencial para a nossa entrada no Reino dos Céus, quando nos advertiu dizendo ser necessário para tanto que nos assemelhemos a ela.

Mas é bom que se saiba que nem sempre a criança foi, ao longo da história, bem tratada, cuidada, educada e amada. Muitas foram e ainda são as crianças maltratadas e abandonadas pelos pais, quando não, violentadas e mortas pelos próprios pais ou estranhos.

O desrespeito à criança tem sido revoltante e o número de crianças abandonadas em todo o mundo é gritante.

Mas é na criança que reside a esperança única de se ter um futuro promissor para a humanidade. O futuro está alicerçado nela, porque ela é o próprio futuro que está por vir.

Enquanto a criança chega ao nosso mundo para ser a expressão do futuro no mundo, o adulto que é o ponto focal da vida presente em movimento no contexto das organizações de toda ordem, vai aos poucos, naturalmente, pelo imperativo do tempo, partindo deste mundo, desocupando o seu lugar neste planeta.

Muitas crianças nasceram com o destino marcado para o martírio, morrendo criança pela ação vil e perversa do adulto.

Dos que a história registra, podemos citar, neste passo, as da cidade de Belém de Judá onde nasceu Jesus e que em razão das profecias indicarem pelos seus sinais ser essa criança o Rei dos Judeus que estava anunciado, confirmada pelos Três Reis Magos na visita que fizeram ao Rei Herodes, o qual, temendo ser essa criança uma ameaça ao seu reinado no futuro, depois de um tempo de mais de um ano sem saber como identificar a criança e descobrir o lugar do seu nascimento, resolveu, então, ele, Herodes, mandar matar todas as crianças de Belém com a idade de até dois anos, acreditando que, agindo assim, eliminaria também a criança que era Jesus.

Desse modo foram mortas mais de duas mil crianças, que, como primeiras mártires do cristianismo, derramaram o seu sangue inocente por Jesus Cristo. O menino Jesus, porém, escapou do morticínio, fugindo, antecedentemente, para o Egito, levado pelos seus pais, José e Maria, conforme aviso e orientação que o Anjo lhes transmitira.

É bom observar nesse acontecimento, a suprema importância e singularidade da qual se revestiu a missão Divina de Jesus Cristo, pois que a sua chegada, neste planeta, pelo nascimento, na condição de criança, provocou tamanho incômodo ao reino das forças poderosas do mal, que estas, em reação à sua presença, reagiram tão terrível e impiedosamente que, personificadas através do Rei Herodes, fizeram verter o sangue inocente de mais de duas mil crianças, que morreram em razão da vida de Jesus, o Cristo, Aquele mesmo que ao final da sua Missão Divina, deu a sua vida, em doloroso suplício na Cruz, para a salvação da humanidade.

Que vida valiosa foi a do menino Jesus para o futuro da humanidade! O que seria de nós se Jesus tivesse sido morto criança? Não teríamos a sua vida como exemplo, sua história, seus Evangelhos, seus ensinamentos de Verdade e Vida, para nos servir de roteiro e guia, nós evoluirmos, aprendermos, termos dignidade na desgraça ou na bonança terrena, esperança, paciência, caridade, amor, e fé em DEUS e podermos alcançar a Vida Eterna.

Assim é que na criança se encerra o mistério de um futuro que não nos compete saber e avaliar, que se mostra como um sinal do incognoscível que só o futuro poderá desvendar, razão porque a criança é um tesouro singularíssimo, que deve ser como filha, sempre bem protegida, educada e amada pelos pais e por toda a humanidade... JH Ramezoni